Home » Estudo mostra que condições das escolas públicas podem ser até 26 vezes piores que nas escolas particulares

Estudo mostra que condições das escolas públicas podem ser até 26 vezes piores que nas escolas particulares

Qualidade da Educação

Estudo mostra que condições das escolas públicas podem ser até 26 vezes piores que nas particulares

Estudo compara condições das escolas públicas com as particulares (imagem ilustrativa)

Levantamento analisou 119 escolas na capital paulista para comparar a conservação e a estrutura dos ambientes escolares

Uma pesquisa realizada na cidade de São Paulo revelou diferenças marcantes na conservação das escolas. Ao avaliar aspectos como estado de salas de aula, banheiros, janelas e mobiliário, o estudo identificou que, em média, as unidades públicas — especialmente as estaduais — apresentam muito mais problemas estruturais do que as particulares, chegando a uma diferença de quase 27 vezes em alguns casos.

O estudo, realizado pela Fundação Carlos Chagas, avaliou 119 escolas da capital — entre municipais, estaduais e particulares — para comparar a qualidade dos ambientes físicos de cada tipo de instituição. Foram analisados diversos elementos de deterioração, como:

  • Pichações nas paredes
  • Janelas quebradas
  • Móveis danificados
  • Banheiros entupidos
  • Salas com ventilação inadequada

Esses aspectos foram reunidos em um sistema de pontuação para cada tipo de escola. Quanto maior a pontuação, mais problemas foram identificados. A avaliação resultou nos seguintes números:

  • Escolas particulares: avaliação média de 0,25 pontos
  • Escolas municipais: avaliação média de 4,46 pontos
  • Escolas estaduais: avaliação média de 6,67 pontos

Ao menos um tipo de problema foi identificado em 89% das escolas estaduais e em 85% das municipais. Entre as particulares, o índice caiu para 21%, e nenhuma delas apresentou mais de dois problemas. Quando comparadas, as condições das escolas estaduais são em média quase 27 vezes piores que as das particulares, com base no sistema de avaliação da pesquisa.

O Que Esses Números Significam?

  • A diferença média de quase 27 vezes reflete uma condição muito mais degradada nas escolas públicas, especialmente nas estaduais.
  • Problemas como estruturas danificadas, falta de manutenção, e ambientes desconfortáveis comprometem diretamente a qualidade da aprendizagem.
  • Isso evidencia uma grande desigualdade no acesso a condições físicas adequadas para estudar, de acordo com o tipo de escola.

Impactos na Aprendizagem e Bem-Estar

Um ambiente escolar bem conservado favorece concentração, segurança e bem-estar dos alunos. Em contraste:

  • Paredes com pichações e móveis quebrados causam distração e insegurança.
  • Banheiros entupidos afetam a higiene e a saúde.
  • Falta de ventilação compromete o conforto térmico, especialmente em estações extremas, prejudicando o rendimento e a concentração em sala.

A diferença drástica no estado físico entre escolas públicas e privadas revela a persistente desigualdade educacional no Brasil. Essa realidade contribui para ampliar o desempenho desigual entre estudantes de diferentes contextos socioeconômicos, além de dificultar a atuação dos professores.

Potenciais Desdobramentos da Pesquisa

  • Políticas públicas: necessidade urgente de investimentos estruturais nas escolas municipais e estaduais.
  • Planejamento e manutenção preventiva: adotar práticas contínuas de reparo e preservação das instalações.
  • Monitoramento constante: criar sistemas de avaliação periódica dos estados físicos das unidades de ensino para atuação rápida quando necessário.

Por que isso merece atenção

A pesquisa lança luz sobre uma realidade preocupante: escolas públicas, especialmente as estaduais, convivem com problemas estruturais muito mais graves do que as escolas particulares. Corrigir essa desigualdade é um passo essencial para garantir que todos os estudantes tenham acesso a ambientes de ensino adequados, seguros e estimulantes. Uma escola bem cuidada é essencial para aprendizagem eficaz, saúde física e desenvolvimento emocional dos jovens.

Fonte: José Tadeu Arantes | Agência FAPESP




Gostou? Compartilhe!