Pinheirinho e Capivari: ambientalista destaca a relevância dos rios para Vinhedo e região em entrevista exclusiva
Consciência Ambiental

Foto aérea do Rio Pinheirinho em Vinhedo (imagem: Jó Bichara)
Vittorio Zottino fala sobre rios que moldam as cidades e caíram no esquecimento
Municípios como Vinhedo e Valinhos nasceram a partir de cursos d’água que garantiram sustento e crescimento econômico. Contudo, com o passar do tempo, essa ligação essencial entre cidade e natureza foi sendo negligenciada. O Ribeirão Pinheirinho é um exemplo real: atravessa os dois municípios, teve papel decisivo na formação da região, mas atualmente quase não recebe atenção dos moradores.
Esse distanciamento da população em relação aos mananciais foi o ponto de partida de uma entrevista exclusiva conduzida por Jó Bichara com o ambientalista Vittorio Zottino, publicada pelo portal Louveira.com.br em parceria com o PortalValinhos.com.br.
A atuação da Elo Ambiental e sua trajetória de quase três décadas
Fundada em 1994, a Elo Ambiental é uma organização sem fins lucrativos que tem como missão conscientizar sobre a proteção de recursos naturais e promover a educação ambiental. Reconhecida oficialmente como de Utilidade Pública e registrada como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) pelo Ministério da Justiça, a entidade atua em diferentes frentes, incluindo:
- elaboração de diagnósticos ambientais,
- recuperação de áreas degradadas,
- projetos de conservação em mananciais,
- apoio a políticas públicas.
Sob a liderança de Zottino, a Elo Ambiental tornou-se referência em iniciativas que aproximam a comunidade das questões ecológicas locais e regionais.
Educação ambiental como ferramenta de transformação
Entre os programas de maior destaque, está o trabalho de conscientização em escolas municipais de ensino fundamental. A parceria com a Prefeitura de Vinhedo já levou palestras e atividades educativas a cerca de 2.200 estudantes.
Uma das iniciativas mais recentes é o concurso literário em colaboração com a Academia de Letras de Louveira, que desafia alunos a refletirem sobre sua realidade ambiental e expressarem suas ideias por meio da escrita. Os textos produzidos serão publicados em um livro aberto à comunidade.
Segundo Zottino, a proposta vai além da informação:
“O concurso obriga o estudante a refletir sobre sua realidade. Mais do que ouvir, ele precisa pensar, escrever e se posicionar. Isso cria uma conexão duradoura com o tema.”
Do local ao global: a conexão dos rios com o planeta
Outro ponto de atenção destacado por Zottino é o Rio Capivari, que nasce em Jundiaí, cruza Louveira e Vinhedo, até chegar ao Tietê. A poluição lançada nesses mananciais, lembra ele, não se restringe ao território municipal.
Segundo o ambientalista, um simples copo plástico descartado em um afluente pode, ao fim do percurso, chegar ao Oceano Atlântico — e até mesmo contribuir para formar gigantescas manchas de resíduos flutuantes nos mares, algumas comparáveis ao tamanho do estado de São Paulo.
A mensagem de Zottino para conscientizar a população é direta: proteger os rios locais é proteger o futuro do planeta.
“Cuida da tua cidade. Faz aquilo que dá para fazer no teu pedaço. Assim você já está garantindo uma melhoria para o nosso planeta.”
Obstáculos ambientais e a necessidade de cooperação regional
Apesar de avanços conquistados, os desafios permanecem significativos. A carência de recursos financeiros para projetos duradouros e a pouca integração entre cidades da região dificultam resultados mais consistentes.
Zottino faz uma analogia clara:
“Muita coisa é como enxugar gelo. Não adianta limpar (os rios) se vai alguém lá e suja… Tem que ter um trabalho conjunto, dos órgãos municipais e da população”
A cooperação regional, segundo ele, é a chave para a sustentabilidade:
“Se tiver esse trabalho conjunto, é possível a gente ter um resultado melhor.”
Entrevista completa
A íntegra da conversa entre o ambientalista Vittorio Zottino e o entrevistador Jó Bichara pode ser assistida a seguir.